A epistaxis é o sangramento nasal proveniente geralmente da mucosa nasal, mais frequentemente proveniente da região nasal anterior (80%). Geralmente está relacionada a alterações da integridade vascular (Síndrome de Rendu-Osler-Weber – Figura 7), anormalidades na mucosa nasal ou à desordem dos fatores de coagulação(22).
É uma afecção muito comum na prática médica, sendo que aproximadamente 60% da população já teve ou terá pelo menos um episódio de epistaxe na vida. É geralmente autolimitada, porém em 6% dos casos é necessária alguma intervenção cirúrgica, geralmente resolvida com medidas como cauterização química ou elétrica do septo nasal ou tamponamento, a ligadura proximal deve ser evitada devido ao risco de recidiva relacionada a ampla rede de colaterais existente na região.
A embolização arterial, permanece como tratamento nos casos em que não se consegue o controle da epistaxe, foi descrita pela primeira vez por Sokoloff et al. em 1974 e tem sido cada vez mais utilizada como tratamento complementar ou alternativo em epistaxes. Na literatura encontramos índices de sucesso que variam de 79% a 100%.
O procedimento deve ser iniciado com uma angiografia cerebral apara avaliar possíveis variações anatomias e identificar a lesão alvo da embolização. Geralmente é realizada a embolização da artéria maxilar através do seu microcateterismo e injeção de microesferas de PVA (inicialmente de 150 – 250 micras e posteriormente 250-350 micras). A embolização proximal em casos de pseudoaneurismas pode ser realizada com espirais metálicos ou agentes embolizantes líquidos como o cianoacrilato(1, 5).
As principais complicações incluem derrame, cegueira, necrose da mucosa ou pele, e paralisia do V nervo craniano. As complicações menores incluem dor facial, dor de cabeça e dor muscular.
Na literatura mais antiga, as principais complicações foram relatadas em 3-7% dos tratamentos, atualmente são relatados na faixa de 0,1-3%. A principal complicação é a necrose dos tecidos.